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Pára-me de Repente o Pensamento

Pára-me de repente o pensamento Como que de repente refreado Na doida correria em que levado Ia em busca da paz, do esquecimento... Pára surpreso, escrutador, atento, Como pára m cavalo alucinado Ante um abismo súbito rasgado... Pára e fica e demora-se um momento. Pára e fica na doida correria... Pára à beira do abismo e se demora E mergulha na noite escura e fria Um olhar de aço que essa noite explora... Mas a espora da dor seu flanco estria E ele galga e prossegue sob a espora. Ângelo de Lima, in 'Antologia Poética'


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